terça-feira, 24 de dezembro de 2013

O Natal nem é tão capitalista assim!

Realmente o Natal se configura como uma data cada vez mais conexa ao capitalismo, ou melhor, ao consumismo, sabemos que nosso desejo por comprar, ou presentear neste fim de ano é aflorado, afinal, em um país de maioria cristã comemoramos o nascimento do menino Jesus, uma data especial para pelo menos 90% da população de nosso país.

Mas acima dos valores religiosos estão os valores fraternos, não me importo se o natal é ligado a comemorações religiosas, tampouco se inspira comemorações do mesmo cunho ou canções melódicas. Admiro o natal por se uma data de união e coesão familiar, sim, é feriado “Caseiro”, sabemos que milhares de coisas estão erradas em nosso planeta, continente, país, estado, município, bairro, rua e até mesmo em nossas casas, mas temos sim o direito a termos um natal festivo, e por que não, com um “Teco” de consumismo?

Não podemos julgar o natal como uma data meramente consumista ou capitalista, há pessoas que se dedicam muito na ajuda ao próximo, e emparelharmos nossa visão egocêntrica sob esta data desvaloriza lindos atos praticados por milhares de pessoas ao redor do mundo, o natal é mágico, e não falo somente isso por ter visto inúmeras propagandas da Coca-cola, e sim por ter minha família reunida sempre.

Fonte: Nuanace.blogspost.com.br

Logicamente vivemos em um país em que os dados comprovam que pelo menos no natal, 14 milhões de pessoas não terão o que comer, quanto mais um brinquedo ou roupas novas, mas não podemos nos penitenciarmos por isso, e sim agirmos de maneira pontual, ajudando a quem conhecemos a ter um natal melhor, e é claro, prestigiar iniciativas de terceiros que tentam fazer isso, podemos assim deixar um pouco do espírito capitalista natalino de lado.

Não devemos ser tão racionais em datas tão importantes, tampouco catedráticos ou acadêmicos, devemos pensar também que não podemos consertar o mundo, devemos pensar em “nós”, mesmo que por horas, devemos esquecer um pouco de tudo.

Pensemos que talvez algumas famílias estejam incompletas, e que o Natal, momento de união comum a quase todos, seja um pouco mais triste, mas reflexivo de alguma maneira. Não condene a quem deseja presentear o próximo, afinal, a maioria de nós já ganhou presentes maiores, como amigos e familiares. Os bens materiais, ora, são somente bens materiais!


Desejo a todos um feliz natal!

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Sou apenas um fantoche de nossa miserável e patética realidade!

Neste fim de ano letivo as conversas tomam o lugar das aulas, inúmeros conselhos decidem o futuro de alunos, alguns com méritos cruzam a linha do horizonte e seguem sua vida escolar na mais perfeita paz, alguns já galgam inclusive outras instituições para estudarem, visando logicamente uma melhor qualidade de ensino, e porque não uma formação técnica.

Aos que reprovam, resta enfrentar mais um ano letivo igual, os mesmos conteúdos, métodos, porém com colegas novos, a idade pode pesar muitas vezes e a desistência pode se tornar eminente em alguns casos, primordialmente aos que se tornam “velhos” demais para suas séries.

Fonte: http://blogsimpa.zip.net/images/reprovado.jpg

A reprovação deve ser encarada como nova “Chance”, e construindo uma analogia, podemos compará-la Às prisões, onde os alunos que “Reprovaram” continuam vagando até cumprirem suas sentenças, e algumas delas podem ser pesadas, principalmente aos que reprovam em fases de transições, tais como 5º ano, 9º ano e 3º ano do ensino médio.

Fonte: http://2.bp.blogspot.com/-notabaixa.jpg

As duras penas a reprovação é aceita por pais, um ano perdido e de gastos deve ser levado em consideração, não é comum aceitar uma “Sentença” tão pesada, é consternador observar que seu filho ficará um passo atrás de todos os seus colegas, e com certeza, será alvo fácil de piadas e constantes deboches, contudo, continuo com a analogia às prisões, aquele que se “Arrepende” e cumpre sua sentença, provavelmente aprende a lição, e deverá prosseguir seus estudos com mais segurança e talvez confiança.

O que me machuca realmente é a maneira com que “Recuperamos” estes alunos reprovados, se é que podemos chamar de recuperação, afinal, o governo pouco investe na educação, e tampouco se importa com a qualidade do ensino na rede pública, estabelece mirabolantes exames e metas anualmente, porém nada investe em melhorias estruturais. Índices internacionais como o PISA (Programa Internacional de Avaliação), sempre nos mostram abaixo de países menos desenvolvidos.

Não sou entusiasta de dados quantitativos, e tampouco aprovo a ideia de que devemos formar cidadãos com habilidades técnicas, como os orientais adoram fazer, e gabar-se. Acredito que uma formação crítica contribui muito mais para a formação de uma nação estável e desenvolvida socialmente.

Vemos esplendorosos exemplos de educadores que se esforçam e realizam projetos de uma magnitude didática fantástica, porém poucas vezes são realmente reconhecidos ou prestigiados, e atuam de maneira “Avulsa”, o governo pouco investe no ensino básico, e direciona seus investimentos mais preciosos para o ensino superior, criando um grande hiato entre a educação básico e o nível superior.

Aos professores do ensino básico, resta preparar o aluno para o mercado de trabalho ou então para vestibulares, ou seja, para ações práticas e que não envolvam criticidade, o estímulo à criticidade, aliás, deve ser evitado ao máximo, nenhum governo deseja uma massa extremamente crítica.


Mas diante de todas as evoluções tecnológicas percebemos enfim que a escola já não exerce mais o papel de outrora. Trata-se de um mero local de encontro para maioria dos jovens, que também não fazem a menor questão de serem diferentes, desejam ser “Iguais” ou estereotipados, a criticidade e a formação de opinião é somente fruto de poucas leituras ou noticiários tendenciosos, isso quando assistem ou leem algo!

Mas afinal, a reprovação, é culpa do professor? Ou somos apenas fantoches de nossa miserável e patética realidade?!

Another Brick in The Wall - Pink Floyd



We don't need no education
We don't need no thought control
No dark sarcasm in the classroom
Teachers leave us kids alone
Hey! Teachers! Leave us kids alone!
All in all it's just another brick in the wall
All in all you're just another brick in the wall

"Wrong, Guess again!
If you don't eat yer meat, you can't have any pudding
How can you have any pudding if you don't eat yer meat?
You! Yes, you behind the bikesheds, stand still laddie! "


quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Se os deuses realmente existem, Madiba (Mandela) é um deles! O adeus de um líder da paz.

No dia 5 deste mês perdemos um de nossos grandes líderes mundiais, Nelson Rolihlahla Mandela ou “Nelson Mandela” faleceu em Joanesburgo, África do Sul, vítima de inúmeros problemas de saúde, “Madiba” nos deixou aos 95 anos.

Fonte da imagem: http://www.biography.com

Um pouco de Mandela e Apartheid.

Nelson Mandela é considerado um líder social pacifista, foi símbolo em seu país, África do Sul, da luta contra um regime chamado “Apartheid”, imposto pela Grã-Bretanha e pelo Partido Nacional no ano de 1.948, Mandela, ainda jovem, já advogado, comandava dezenas de protestos contra a absurda proposta britânica vinculada ao Apartheid, afinal, seu país já independente e possuía maioria negra, por que deveria ser comandado somente por brancos?

O fato é que de 1.948 até 1.994 (Ano em que o Apartheid foi finalizado) a África do Sul foi segregada, com o oferecimento de serviços básicos como educação, saúde e segurança pública diferenciados, e sempre superiores aos caucasianos (Brancos), a maioria negra era obrigada a conviver com migalhas remanescentes da minoria branca, o que desagradava ao mundo, pois foi perceptível a estagnação econômica existente no país durante esta época, devido é claro aos embargos praticados por outras economias mais desenvolvidas indignadas com o regime de segregação étnica.

Fonte da imagem: http://4.bp.blogspot.com/Laertevisao-apartheid.jpeg

Mandela assumiu o papel de grande líder do povo sul-africano mesmo após passar quase 30 anos em uma prisão, e, diga-se de passagem, um belo golpe de seus governantes segregadores, que preferiam ver longe um atuante contestador de seu regime totalitário.

Mandela chegou à presidência de seu país após eleições diretas, aclamado pelo povo como primeiro presidente negro, de um país de maioria negra, independente desde 1910 e sempre contando com líderes brancos. “Madiba” governou a África do Sul entre os anos de 1.994 e 1.999 e foi responsável direto pela reconciliação de inúmeros grupos tribais, permitiu também a abertura comercial de seu país e pôs fim ao cenário segregado de seu país, fazendo com que brancos e negros caminhassem juntos para o desenvolvimento do país.

Apresentou políticas sociais e econômicas fantásticas, porém era constantemente criticado por apoiar a vinda de grandes eventos para seu país, como a Copa do Mundo de 2010, que gera intenso prejuízo econômico até os dias de hoje.


Fonte da imagem: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/

Mandela deixou um imenso legado, e baseado na pacificidade conseguiu transformar socialmente seu país, logicamente muitas coisas devem melhorar na África do Sul, porém, Mandela foi o autor dos primeiros passos desta evolução.
Mandela permitiu com sua liderança, unir novamente diferentes etnias, extinguindo a rivalidade e promovendo a paz, dissecando o ambiente hostil e segmentado de seu país.

Obrigado, “Madiba”, se os deuses existem você foi um deles!

- "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos.”. 
- "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação." 
- "Não há caminho fácil para a Liberdade.”. 
- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre.”. 
- "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias.”. 
- "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo.”. 

Abaixo uma canção da banda “Chave do Sol”, banda brasileira que questionava a permissão da construção de “Sun City”, imenso resort Britânico construído na África do Sul, e elemento segregador da população Sul-africana.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Uma história mal contada que não sei reescrever/A escola não é chata! A clientela é quem faz ela ficar assim!

Em mais um texto voltado para concepções educacionais, foco meu relato em torno de uma questão muito debatida entre alunos, professores e pais, a falta de interesse da geração atual pela escola. Grande maioria dos jovens comemora com afinco o fim do ano letivo, e comemoram ainda mais sua aprovação, mesmo que tenha sido um ano de repleta aprendizagem, muitos deles relatam que a escola os “Tomava” importantes 4 horas, ou mais, afinal, incluem o trajeto ou a execução de tarefas como “Perda de tempo”.

A Escola nunca foi tão interessante, não é mesmo Calvin?
Fonte da imagem:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHwR2mnPxCDDhucp6NR_RFDL3RmcjmJiQLlcMjCrmHD0qol0cRE0OjRQ4p_gF9n2GRPl17PNb8sbVYILA7kjwDNfd-BuQrkcBHdirT09Zb9cUipfGJoxixXTtFaJO2cwlu8IGwCtlvViw/s1600/Calvin+da+escola.jpg

Se não gosta de história pule os dois próximos parágrafos!

O Modelo que conhecemos de escola, no Brasil, foi iniciado a partir de um ideal reprodutivo e capitalista, um modelo fordista executado por grandes impérios europeus, visava (ou) sempre a instrução de mão de obra para o mercado de trabalho, a criticidade e conhecimento talvez nunca tenham sido a real prioridade, mas sim a disciplina e repetição. O alinhamento das carteiras e o próprio sinal são indícios lógicos de que os ideais da revolução industrial imperam até hoje em nossas escolas.

Não podemos esquecer, porém que os primeiro indícios de educação em nosso país apareceram juntamente com os portugueses (Jesuítas), que além de catequizar os índios procuraram estabelecer seu idioma, não acho justo, mas sim, grande maioria dos escritores que li aborda este momento como o início da educação em nosso país.

O que realmente importa...

Hoje em dia vemos que as escolas são classificadas como obsoletas, chatas, e facilmente são desprezadas por jovens, que em suma encaram a escola como ponto de encontro com outros desinteressados jovens. Por mais tecnológica e desenvolvida que for a escola, realmente, é difícil de se gostar de algo que impõe possui tantas regras e funciona da mesma forma a tanto tempo, com poucas e irrisórias modificações ao longo de décadas.

Porém, é complicado levarmos algumas opiniões como dogmas “Verdades incontestáveis”, é perceptível, por exemplo, que a evolução tecnológica vem afastando cada vez mais os jovens da escola, e como na instituição os mesmos não possuem a liberdade que o “mundo” externo os oferece, a mesma acaba ficando em segundo plano e desinteressante.

Realmente, na maioria das vezes o mais interessante pode ser o lanche da escola!
Fonte da imagem: http://aqwsupernews.files.wordpress.com/2011/12/escola-chata.jpg

Podemos classificar então que realmente as escolas ficaram paradas no tempo? Sim, mas os jovens avançaram demais também, e tal evolução não se remete À aprendizagem, e sim a autonomia, valores condicionados À exacerbada disciplina de outrora ficaram no passado, e o resultado disso é um intenso conflito, afinal, a escola prepara o jovem para o quê?  Vestibular? Mercado de trabalho? Ninguém sabe ao certo, nem o próprio governo, nem professores e alunos.

Outro fato alarmante é relacionado à clientela que frequenta a escola, é perceptível que jovens não demonstram nenhuma preocupação com sua instituição, tampouco investem seu tempo propondo soluções para conhecidos problemas que os próprios convivem na sua instituição de ensino, em resumo podemos dizer que o comodismo abateu os jovens.

O comodismo crítico e intelectual é perigoso! A escola deveria funcionar como local de discussão e debate científico, talvez em anos iniciais trabalhar valores e aspectos comportamentais, que devem vir de casa, lógico. Mas o que vemos em nossas escolas é um desfile conexo ao consumismo! Ninguém se interessa em saber quais são as relações entre a trigonometria e a filosofia, tampouco compreender que implicações a globalização pode ter sobre a população da África subsaariana.


Sinceramente, não sei qual é o caminho que a escola oferece, professores poderão trabalhar intensamente durante sua carreira, ministrando aulas que nunca tiveram, e sempre terão o mesmo resultado, uma clientela em suma moldada por fatores destrutivos e consumistas, talvez convertam alguns, mas serão poucos, e especiais.

Como entusiasta do conhecimento científico e da pesquisa, acredito na escola, discordo do modelo atual, mas também acredito que este possa oferecer um bom ensino e formar cidadãos críticos e preparados para o mercado de trabalho, mas primeiro devemos moldar nossa clientela, urgentemente!

Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando, espiando, colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"