Realmente foi uma grande
conquista, daquelas que ficam marcadas na memória de qualquer sujeito, afinal,
não é todo dia que uma equipe com pouco mais de seis meses de treino desafia
seus próprios limites e galga um lugar entre os melhores.
O dia era 13 de Agosto, um
sábado ensolarado, com um frio maroto de um falso inverno. Desde cedo todos os
garotos do projeto “Futsal no Colegião” já mostravam empolgação por este tão
famoso torneio, pois ali teriam a chance de mostrar a todos que superaram suas
deficiências físicas e técnicas. Tinham a real oportunidade de calar críticos e
de levar mais longe o nome de sua escola amada...
Mas nem tudo é perfeito...
Para começo de conversa,
devemos situar o leitor que todo este texto relata uma verdadeira odisséia de
10 grandes guerreiros, jovens, porém com fome de vitória! Outra informação
relevante é que estavam em ambiente hostil, diante de experientes equipes.
O sorteio das chaves já foi
ingrato conosco, nossa comissão técnica previa o pior, era quase um fato
consumado que seríamos os grandes azarões da competição, acho que só nós
(Rodrigo e Lucas Cechinel – O narrador desta história) acreditávamos de fato
que poderíamos surpreender de alguma forma.
Realmente era um bicho de
Sete-cabeças...
Começamos mal, da pior
maneira possível, jogando um futsal morno, diferente do que estávamos
praticando e treinando, por alguns minutos parecíamos crianças diante de
adversários gigantescos, e já saímos com uma derrota logo de início, 1 a 0 com
cheiro de quase goleada, Alexandry nos salvou! Ahh, São Alexandry, impediu o
pior!
O choque de realidade era
cada vez mais vistoso quando entramos em quadra pela segunda vez, e diante de
um adversário de marcação conservadora, até saímos na frente.
Enganados por novos erros
consecutivos e uma falsa confiança, sucumbimos diante de um time relativamente
fraco, ora, o porquê julgá-lo fraco? Nós conhecíamos nosso potencial, tínhamos
obrigação de mostrar mais que isso!
Mas...Não mostramos!
Novamente um balde de água
fria, e mais um 3 a 2 com cara de goleada, desta vez ambos os goleiros nos
salvaram! Só Alexandry e Deivid para evitar tamanho desastre!
E o estudo de tabela
começou...E teve que continuar até o fim!
Rodrigo e eu conversávamos
muito, era uma preocupação eminente, pois estávamos praticamente eliminados,
consolamos nossos rapazes dizendo que aquilo era um teste e que outras oportunidades
ainda viriam. É fato que sentíamos uma dor insuportável, talvez vontade de
sumir, um sentimento de fracasso e uma amargura descabida!
Mas, levantamos a cabeça e
fomos para o jogo mais difícil da primeira fase, ainda flertando com a terceira
colocação do grupo, para assim sonhar com uma repescagem.
O Time adversário tinha
nomes conhecidos do futsal criciumense, grandes jogadores, campeões por
diversas ocasiões de campeonatos de grande magnitude! Rodrigo e eu estávamos
preocupados.
A partida iniciou e o
invicto adversário sobrou em quadra, marcou primeiro e muito pressionou! Mas,
crescemos! E fomos com todas as forças pra cima deles, resultando em um belo
gol de empate de Guilherme, este que neste momento se consolidava como um dos
grandes nomes do torneio... Mas ainda era insuficiente...
O jogo virou, acredite!
Sim caro leitor, viramos
este jogo, e com um milagroso gol já nos instantes finais saímos vencedores do
duelo mais difícil que esta equipe já enfrentou! Milagre? Sei lá! Eu sei é que
ganhamos, e comemoramos como se fosse um título!
Mas, dependíamos de outras
equipes para consolidarmos nossa classificação e o resultado que nos afetaria
era improvável, afinal, dependíamos de um empate ou derrota deste grande time
que havia perdido pra nós outrora.
Unidos às meninas do
projeto, que, diga-se de passagem, foram essenciais para esta conquista,
montamos uma verdadeira torcida organizada e a todo ataque deste time, montávamos
uma verdadeira legião de adeptos às vaias! E deu certo! Saímos em direção aos
nossos “Aliados” e responsáveis pela nossa classificação e os abraços e
comemoramos muito! Foi um 0 a 0 suados, nós estávamos aflitos!
A partir daquele momento
passamos a acreditar!
Sim, passamos a crer mais em
nossa equipe, e na repescagem, tida como quarta-de-final enfrentamos um velho
conhecido de muitos que estão no time, o “Não vai cego”, clube campeão do ano
anterior.
Em um jogo bastante
disputado e com um excelente desempenho, despachamos os ex-campeões, foi 2 a 1
com gosto de goleada, sobramos em quadra. Rodrigo já ausente por compromissos
com certeza vibrava a cada novidade enviada por nossas meninas.
Eu já não imaginava outra
coisa, à beira da quadra já pressentia que estaríamos entre os finalistas, tudo
o que eu e o treinador havíamos solicitado em jogos anteriores estava sendo
executado, e com verdadeira primazia!
Insistentemente “Cantei” o
jogo, conhecia o adversário, e deu certo! Os nossos garotos jogaram muito,
muito mesmo!
O Maior desafio ainda estava
por vir!
Rodrigo e eu éramos taxativos,
desejávamos a final, queríamos um novo jogo de camisas completo, era nosso
objetivo. A semifinal era o jogo mais importante pra nós, talvez do ano todo!
E jogamos contra o
“Bagunças”, uma verdadeira reunião de bons jogadores acostumados com a quadra e
com o ambiente de competições!
E foi um mais um jogo muito
tenso! Nossa! Sentia a tensão no olhar de todos, e repassei o máximo de
confiança aos jogadores, estes que até aqui executavam cada comando meu e de
Rodrigo com absoluta perfeição, era um orgulho de se ver jogar!
E diante de um jogo difícil,
em que as estrelas de Alexandry, Guilherme e Eduardo brilharam muito, saímos
com empate! Bruno e Kelvin guardavam nossa defesa como verdadeiros leões,
apoiando o ataque como podiam!
O inevitável ocorreu, fomos
aos pênaltis, coisa que Rodrigo e eu trabalhamos muito duro com todos, já
ficamos quase um dia todo só fazendo isso, e com absoluta tranqüilidade
triunfamos diante de uma situação completamente adversa!
Era visível que atrás do gol
os nossos atletas eram xingados, menosprezados e pouco contavam com algum
apoio! Alexandry ficou “Frio”, e espantou os batedores! Coube a Guilherme,
Eduardo e Bruno estufarem as redes! As meninas gritavam e eu, bem eu...Chorava!
Sim, creio que todos ficaram
emocionados, era uma imenso passo pra quem chegou como chacota ou “Patinho
feio” de uma grande competição! Fui às lágrimas pensando em todas as barreiras
que já rompemos tocando este fabuloso projeto de futsal!
Gostaria imensamente de
agradecer ao nosso treinador Rodrigo Leandro, que juntamente aos atletas Kelvin
e Guilherme, acreditaram desde o início neste sonho “Louco” que tive há tempos
atrás!
Afinal, quem aqui
trabalharia gratuitamente terças, quintas à noite e sábados pela manhã? Quem
aqui pintaria quadra ou buscaria orçamentos de bolas baratas até em outros
municípios? Só os amigos verdadeiros, podem ter certeza!
A foto que representa o meu
choro, este consolado pelo atleta Alison Demetrio só demonstra a união e coesão
que tivemos nestes últimos dias!
São 12 atletas, infelizmente
nem todos puderam participar desta conquista, mas também venceram conosco!
Em um ano atribulado, e com
vários dilemas, consegui respirar fundo e dizer que conduzimos um projeto de
vencedores, de atletas vencedores! Rapazes que entraram como meninos e hoje
saem como homens!
Superamos críticas,
desconfianças e muitos comentários maldosos, mas hoje podemos afirmar, somos
realmente vencedores!
Obrigado a todos os atletas!
Alexandry, Deivid, Eduardo, Bruno, Kelvin, Guilherme, Alison, Richard, Kenny e
Christian, e também uma menção honrosa aos ausentes Samuel e Murilo e ao
Auxiliar técnico, neste torneio, Otávio Augusto.
Um agradecimento maior à
direção da escola que apoiou todo este projeto desde o início e também ao meu
grande amigo e treinador desta equipe, Rodrigo Leandro, que merece ser saudado
por todos por sua grande iniciativa de acreditar em nosso time!
Curta o vídeo deste grande momento!
Valeu rapazes, até a próxima
conquista! O Colegião é gigante de novo!
Como foi dito...Que não vai
dar o quê!
Um imenso abraço!