Durante esta semana
recebi ótimas notícias, dentre as quais uma que se refere à minha efetivação
como professor do estado de Santa Catarina, uma vitória precoce para quem
exerce o magistério a tão pouco tempo, porém desde o início da semana meu
semblante fechado já mostrara todo o peso em minhas curvadas costas, o dia da despedida estava próximo, e os
dias antecedentes a este passaram voando, como sempre passaram durante este
nada longo ano letivo.
A despedida que me
refiro está ligada à Escola Filho do
Mineiro, lar educacional que me acolheu durante este ano de 2013, e por
ventura me propiciou a oportunidade de lecionar para turmas fantásticas, que
inclusive foram tema de um artigo deste mesmo blog, contudo, no momento em que escrevi não havia me
despedido realmente das turmas, e sim desejei fazer uma singela homenagem a
quem me ajudou muito, primordialmente na decisão de continuar sendo professor,
profissão esta que já estava pensando em abandonar devido às frustrações existentes na carreira do magistério.
Realmente este ano
letivo me abriu infinitos horizontes, me senti útil, e realmente um formador de
opinião e um intermediador do conhecimento, posso relatar que muito mais
aprendi do que ensinei, e demonstrei isso em sala, em que por vezes debatia
assuntos atuais que eram muito mais úteis a mim do que para os alunos,
atualmente, haja paciência destes
queridos!
Hoje, dia 29 de
novembro tive minhas últimas aulas na turma
901, primeira turma para que ministrei aulas, lá no dia 15 de fevereiro, e
também turma a qual mais me identifiquei durante todos este período de casa, no
Filho do Mineiro.
Na data de hoje dei
os dez passos mais difíceis de minha
vida, entre o ginásio e a sala de aula, sabia que quando entrasse em sala tudo estaria muito próximo do fim!
Antes de entrar conversei com a direção e ingeri ao menos 5 copos d’água, não
acredito que ela acalme, mas pelo menos me faria menos ansioso e ofegante.
Antes de entrar
também me lembrei do que combinei comigo
mesmo às 2h30 da manhã, do discurso pouco inflamado e das palavras
cautelosas que deveria utilizar, afinal, deveria ser sempre o bonachão bem
humorado de sempre, o “Lucas sem Chinelo”,
e propiciar alegrias neste último dia de aula.
Quando pus a mão na
maçaneta definitivamente esqueci tudo o
que combinei outrora comigo mesmo, me esfacelei ao olhar a disposição de
todos os alunos, realmente sabia que era o fim, então me sentei e fiz o que chamei
de “Chamada mais difícil de minha
carreira”, ao finalizar comecei a proferir o ensaiado discurso, ou ao menos
tentar, e como previa, não consegui.
Em meu chato discurso
elogiei muito a turma e todos os seus componentes, que honestamente me
surpreenderam muito, e todos sabem disso, nunca escondi de ninguém que só
espero o melhor de todos! Porém, durante o discurso pude ver que talvez toda
minha preocupação com o adeus era
recíproca, e senti que faria falta a alguns também, isso definitivamente me
cativou muito, e de uma forma torta
terminei meu discurso quase aos prantos, fato inédito para mim, um sujeito
nada emotivo e por vezes arrogante e prepotente. Acho que naquele momento
aprendi a amar, não somente meus alunos, mas também minha profissão e seu
significado.
De forma embargada e
com olhos marejados encerrei meu discurso, que já nem lembro mais como terminou,
tamanha emoção aflorada em minha mente naquele momento, o grande vazio que sentia ao exercer minha profissão tinha sido
preenchido naquele dado momento, e com muitas dificuldades e muito próximo
de um choro espontâneo pedi a todos que compreendessem o quão era difícil
encerrar algo tão concreto e sólido que construímos. Após isso nos retiramos e
tiramos uma foto, esta que terá milhares de significados, e estará eternamente
guardada em minha memória.
Ao choro e soluços sinceros ao escrever mais este artigo, finalizo dizendo o seguinte...
Ao choro e soluços sinceros ao escrever mais este artigo, finalizo dizendo o seguinte...
Hoje perdi, perdi vocês, mas
foi necessário! A vida nos guiará por bons caminhos, tenham certeza disso.
Adeus 901, até o dia em que nós nos encontraremos novamente!
Carpem Diem - Fresno
E não
dá pra imaginar
Como eu vou viver no mesmo lugar,
Num asilo sem ter amigos pra contar
Das coisas que eu fiz e não vou mais fazer
Porque eu envelheci
E devia morrer, mas eu me esqueci de avisar a Deus...
Como eu vou viver no mesmo lugar,
Num asilo sem ter amigos pra contar
Das coisas que eu fiz e não vou mais fazer
Porque eu envelheci
E devia morrer, mas eu me esqueci de avisar a Deus...
E agora eu sei que eu
devo viver
Intensamente, viver pra um dia eu não
Me arrepender das coisas que eu fiz
E nunca mais vou fazer
Daí eu já posso morrer
Quando nascemos o primeiro grupo social que frequentamos é a família, seguido da religião de forma involuntária por causa da família rs, porem o único laço que é formado por um grupo social que a meu ver é tão forte quando a do grupo social familiar é do professor e seus alunos, creio que isso é a maior gratificação para o próprio professor que é ver seu trabalho sendo reconhecido nos olhos de seus discípulos e a alegria por ter feito parte da historia da turma e ao mesmo tempo de sua vida e carreira, e você Jovem sábio Lucas Cechinel conseguiu transmitir para as palavras cada sentimento que você sentiu durante esse tempo que passou com a turma 901 meus parabéns rs.
ResponderExcluirAssinado : Edwilker Caetano
Ps: perdi o meu Gmail então tive que comentar como anônimo :)