segunda-feira, 20 de julho de 2015

Saudades do que nunca vivi...O STS Colegião que só ouvi falar...

Em um dos muitos dias de minha vida em que sou acometido pelo mal da insônia paro refletir sobre fatos ocorridos em meu cotidiano, isso é absolutamente normal, afinal, todos pensam em várias coisas antes de pegarem no sono, é algo universal.

Neste dias estava analisando criticamente um vídeo de uma turma que encerrara seu ciclo na escola EEB Sebastião Toledo dos Santos, o ano era 2007, no mesmo momento em que assistia pensei:

-Nossa, que rapaziada integrada e inteligente, utilizavam o Movie Maker e o youtube há quase uma década, que inveja!

Contudo, ao reparar os integrantes do vídeo tive uma grata surpresa, afinal, alguns deles tinham sido meus colegas no de 2004, ano que finalizamos a 8ª série (9ºano). E me lembrei com exatidão que muito comentávamos sobre as possibilidades de estudarmos fora do EEB irmã Edviges.

Muitos falavam do Colegião, era uma escola muito famosa e também sede de grandes eventos escolares, contudo, não me empolguei, e vários colegas partiram com destino a SATC e ao Colegião, fiquei na mesma escola por comodismo, admito.

E neste lapso de alguns segundos vendo o início do vídeo comecei a me imaginar integrante de todas as situações relatadas, afinal, tudo no vídeo parecia estimulante e retratar um escola especial. Lembro-me também que como aluno de fora do Colegião participei de vários eventos na escola, principalmente torneios e campeonatos de futsal, como aficionado, não poderia ficar de fora.

Ainda sobre o vídeo, ao questionar alguns colegas percebemos que a escola, o Colegião, está visivelmente mal cuidado, e com sua população reduzida, uma escola que vivenciou a gloria de ter 3 turnos lotados hoje briga para possuir um turno lotado e olhe lá.

É claro que o Colegião era modelo, afinal, lá se organizavam grandes eventos, campeonatos e a integração dos alunos era contínua, em uma pesquisa rápida e básica achei até um site da época, isso mesmo! Bem tosquinho, feito mais na vontade do que realmente com conhecimento técnico, contudo as visitas e comentários eram constantes.

Analisando todos estes argumentos penso, realmente, como não amar uma escola assim? Você não paga para estudar, as diferenças inexistem do portão a dentro e além de tudo você é integrado a todas as atividades interessantes e dignificantes.

Acredito que o Colegião possuía muros ou grades, mas parecia uma escola aberta, aquela em que os alunos possuem voz ativa e oportunidade de construírem e modelarem, afinal de contas, os mesmos são os sujeitos ativos da educação.

Nos dias de hoje, como professor da escola, percebo que as coisas mudaram ou deixaram de funcionar como antigamente, assim como na maioria das escolas as atividades dinâmicas e todas as coisas “Legais” da escola sumiram, com isso, temos feiras que reproduzem conhecimentos básicos e aulas torturantes em sala de aula, ah, e o método avaliativo? Quantitativo e idêntico ao do século XIX.

Mudam-se os personagens, mas a história é sempre a mesma, podendo ser contada de maneira distinta, contudo sempre com o mesmo final.
Os grêmios e demais atividades parecem pura perda de tempo nos dias de hoje, e em qualquer escola vemos que a importâncias dos eventos decresceu muito, festas são realizadas para formaturas e melhorias no ambiente escolar, porém sempre se colocam abaixo de quaisquer expectativas.

É fundamental compreendermos que uma escola só se faz com o trabalho comunitário intenso, com a coesão do grupo de professores e com lideranças estudantis significativas, afinal, como podemos cobrar atitudes de direções ou governantes se nem nossa própria cama arrumamos.

Voto por uma educação que resgate as oficinas, onde professores possuem salas próprias e esperem seus alunos, bem utópico, mas fazer o que? Com insônia podemos imaginar muitas coisas mesmo.

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