O título desta postagem faz alusão sim à reconhecida e premiada obra dirigida
por Victor Fleming datada do ano de 1941, é um excelente filme
(Assisti duas vezes) e relata as peripécias do cientista e médico Henry Jekyll, este
que acreditava que todo ser humano possuía um lado “bom” e um lado “mau”, mas
afinal, o porquê desta introdução? Ora caro leitor, explico!
Acompanhamos atualmente uma discussão sem fim que abarca vários
segmentos da nossa sociedade, sim, estou falando do programa “Mais médicos”
este que visa reforçar o atendimento médico especializado em localidades
afastadas das capitais e carentes de profissionais, a polêmica do programa está
justamente de que maneira e por quem estas localidades serão atendidas.
Através de parcerias internacionais com países como Portugal, Espanha,
Cuba, Bolívia e Argentina o governo brasileiro tomou a iniciativa de trazer, ou
melhor, “importar” médicos, profissionais estes em sua grande maioria já
empregados em seus países, porém classificando como desafio este convite
brasileiro, saliento, porém que também virão (Retornarão) ao Brasil aqueles
profissionais brasileiros formados no exterior.
Para a população dependente do SUS (Sistema Único de Saúde), nós, a
notícia soa como uma imensa vitória, principalmente para os habitantes dos 781 municípios beneficiados, estes que
em suma possuem baixos níveis de desenvolvimento humano, incluem-se aí dados
referentes À educação, saúde, moradia e segurança pública.
É evidente que a polêmica (Relacionada À vinda dos médicos estrangeiros)
não parte da população mais pobre ou carente! Ela parte de classes sociais
aristocratas, ou seja, dos privilegiados! Daqueles que provavelmente nunca
utilizaram o SUS, e daqueles que vivem nos entupidos e caóticos centros
urbanos, mas afinal, será que a reclamação destas elites, primordialmente
formada por médicos brasileiros possui fundamento em suas colocações ou
protestos? Não! Acredito que não, é visível o temor da classe médica, os
conselhos regionais temem a desvalorização da carreira, esta que é
supervalorizada, isto perante outras classes como as relacionadas ao magistério.
A qualificação destes “Novos” profissionais que irão atuar no Brasil é
em todos os momentos questionada, o que de certa maneira me deixa com o coração
na mão, afinal os cubanos (Principais alvos de protestos) possuem forte ligação
com a área da saúde, possuem vasto número de universidades dedicadas à pesquisa
e extensão de atividades ligadas à saúde, possuem alunos de mais de 100 países
em todas as suas 25 universidades, e é claro, em sua famosa e premiada Escola Latino-Americana de
Medicina, famosa por desenvolver estudos referentes a vários tipos de
doenças, tais como o câncer.
A classe médica em nosso país é formada primordialmente por alunos de escolas particulares e uns gatos pingados muito esforçados de escolas públicas, estes que precisam por vezes financiar o curso a longo prazo, em Cuba tudo é gratuito, e posteriormente a isso todos estão empregados, para ser médico em Cuba o histórico escolar deve ser praticamente perfeito, há conexões diretas que se referem ao comportamento e notas, fator esquecido em nosso país, e neste momento recai a seguinte pergunta, será que somos realmente bons o suficiente para questionarmos a competência ou capacidade destes profissionais?
Fonte da imagem:http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/08/cubano-xingado-jovens-medicas-brasileiras-comenta-episodio.html
Na imagem vemos Juan Delgado, cubano que já atuou no Haiti e
anteriormente bem empregado em Cuba, receberá o mesmo salário de seu país de
origem, argumenta que veio pelo desafio e que se impressionou com a hostilidade
praticada pelas “Patricinhas médicas” (Apliquei esta nomenclatura com a
convicção de estar contemplando realmente a classe de pessoas que praticaram
estes atos xenofóbicos com Juan), por fim disse que não tirará o emprego de
ninguém e que pretende aplicar a medicina preventiva, fato este que deve
irritar profundamente médicos e seus “parceiros” (Indústrias farmacêuticas).