Atualmente a leitura tem se
afastado muito dos jovens, é perceptível que vivemos em uma sociedade mais
moderna e com informações mais alinhadas e por vezes mais acessíveis, afinal,
com poucos cliques podemos descobrir tudo sobre determinado tema, e os velhos
livros já não são mais tão úteis e parecem ser somente adornos em estantes já
empoeiradas.
A poesia morreu, e o
interesse pela mesma também! Os livros clássicos da literatura brasileira só
são explorados por vestibulandos que visam atingir suas aprovações, sabe-se que
poucos se importam com as obras de José de Alencar ou Jorge Amado.
"O
homem que não lê não tem mais mérito que o homem que não sabe ler."
Mark Twain.
Mark Twain.
Os livros técnicos ou
didáticos também são pouco explorados, escolas visam estimular a leitura, mas
parecem caminhar em caminhos opostos ao gosto refinado do jovem dos dias atuais.
Leituras superficiais e pouco densas são recomendadas aos jovens que leem muito,
mas leem o que não é interessante ou informativo.
Uma imensa chuva de best Sellers invadiu a literatura e
conquistaram vários jovens, porém, vemos que são obras vagas e distantes da
realidade, primordialmente de nossa realidade, volto a repetir, os clássicos
morreram, e o Brasil vemos as leituras efetivas sendo aquelas importadas e que possuem
clichês em seu eixo central; Vampiros, zumbis, lobo e demais elementos folclóricos.
Concluo que a leitura existente é incipiente ou emburrecedora, com diálogos
vagos e vocabulário limitado.
Reptos interpretativos
Presenciamos também imensos
problemas na educação, estes que não somente são relacionados às estruturas
precárias oferecidas pelo governo ou pelos míseros salários pagos pelo mesmo,
mas também pela dificuldade do jovem em se desprender das amarras existentes em
uma sociedade onomatopaica e pobre culturalmente.
Como citei; livros não são
mais tratados como ferramentas de difusão de conhecimento, mas sim como objetos
obsoletos que somente trazem parcela de uma discussão. Nada é tão interessante
nos dias atuais como o feed de uma
rede social, por que perder tempo lendo algo que nem precisamos saber? Afinal,
quando for necessário é só recorrer ao buscador cibernético mais próximo!
"Ler
não é decifrar, escrever não é copiar."
Emília Ferreiro.
Emília Ferreiro.
Atualmente ao lecionar tento utilizar ao máximo uma
linguagem coloquial e utilizar termos que enriqueçam o vocabulário de meus
alunos, e diante de tal atitude percebo a falta que a leitura faz para a
maioria dos jovens, que por vezes fazem questionamentos que são encabeçados por
dúvidas básicas.
"Um livro é um brinquedo
feito com letras. Ler é brincar."
Rubem Alves.
Como se pode escrever algo concreto, coeso e inteligível
sem leitura e prática?
Avaliações e práticas
escolares densas que exijam leituras extensas e produções próprias se tornam
difíceis para qualquer um que pouco pratica a escrita ou que pouco lê, e este
se configura como o maior problema de nossos alunos, que por vezes parecem
perder a paciência ao lerem textos extensos e com uma linguagem mais rebuscada.
Na disciplina de Geografia o
cenário não é distinto! Professores lidam o curso inteiro com autores de
escrita complexa e densa, como: Ab’Saber, Milton Santos e Roberto Lobato, e
depois aplicam suas diretrizes em sala, fica difícil agir e lecionar diante de
um público com tamanha dificuldade em interpretar o básico, quanto mais o
técnico.
“Não basta saber ler que
Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu
contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse
trabalho.”
Paulo Freire
Fonte das imagens:
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