quinta-feira, 6 de março de 2014

Um relato nada utópico...Uma óbvia constatação sobre a educação pública brasileira e sua precária estrutura física.

Depois de uma reportagem exibida no programa “Fantástico” da rede Globo, muitas pessoas mostraram-se indignadas e consternadas com a situação de nossas escolas públicas, a reportagem realmente foi chocante, e exibiu cenários realmente deprimentes, panoramas que mostram nossas crianças em locais totalmente inadequados para o exercício de seu mais básico direito, a educação.

A reportagem foi conduzida de maneira brilhante, afinal, selecionou os estados que possuem os mais baixos índices educacionais de nosso país; Alagoas, Pernambuco e Maranhão, e quando falamos no último não podemos esquecer-nos de citar a família do poeta, escritor, compositor e grande salafrário brasileiro José Sarney, este que manipula como fantoches a população do fadado ao fracasso Maranhão.


Percebemos que o governo federal faz sua parte, afinal, existem planos nacionais de educação que preveem verbas específicas para a distribuição entre as unidades da federação e os municípios, mas será que estas verbas realmente chegam aos seus destinos? Aliás, será que as mesmas chegam integrais a seus destinos? Facilmente respondemos com um sonoro NÃO.

As escolas mostradas na reportagem na verdade são frutos de descasos administrativos estaduais e municipais, não eximo o governo federal de sua responsabilidade, porém, devemos ser honestos ao analisarmos os fatos.

Publicações em redes sociais questionam a presidente de nosso país, quem pouco admiro, confesso, porém sabemos que a mesma não é diretamente culpada por todas as estapafúrdias condições que vimos, aliás, se devemos culpar alguém, devemos culpar primeira a nós mesmos. Nós votamos de maneira displicente sem ao menos efetuar uma pesquisa antes de escolher alguém que pode comandar um país, cidade ou estado por quatro longínquos anos.

As condições mostradas nos oferecem apenas uma pequena parte do que podemos presenciar ao frequentar uma escola pública, seja ela em qual estado ou município for, sabemos que há exceções, porém estas são raras e normalmente vinculadas a ações comunitárias, ou seja, onde pais “pegam” junto para manter um ambiente escolar agradável, sadio e produtivo.

Na reportagem percebemos o foco principal de análise no Nordeste e em seus mais pobres estados, contudo não devemos esquecer que a educação está um verdadeiro caos em todo o resto do país, fatores atrelados a péssimas condições físicas das escolas já são conhecidos por todos, violência, alunos defasados, professores insatisfeitos e superlotação.

Mas, analisando friamente o comportamento de alguns de meus companheiros de batalha (Professores que lecionam nestas escolas), penso que nem tudo está perdido, afinal, são heróis que nem ao menos banheiro possuem, ensinam de maneira histórica e brava alunos mal preparados e com inúmeros problemas sociais e familiares, e por vezes estes heróis não recebem em dia seu miserável salário.

Polêmicas a parte, outras reportagens chocam mais que esta vinculada pela rede Globo, o “Conexão repórter”, exibido pelo SBT e comandado por Roberto Cabrini a poucos dias exibiu uma interessante matéria sobre o coronelismo impregnado no Nordeste do Brasil, usando como exemplo o município de Abaré, interior da Bahia, local onde um cidadão domina e toma as principais decisões da cidade, isso sem ao menos ser prefeito dela.


Neste contexto, Cabrini foi ao município e visitou suas escolas rurais, estas que recebem um público dominado por filhos de agricultores e pequenos pecuaristas interioranos. O repórter ficou extremamente chocado com as mínimas condições encontradas, e diferentemente da reportagem exibida pela rede Globo, os alunos entrevistados por Cabrini mostraram o resultado de tamanho descaso; Nenhum dos alunos entrevistados conseguiu escrever corretamente a seguinte frase “A casa é pequena”, foi observado também que a grande maioria deles, já no 5º ano, sequer sabia quais eram as letras que compõe nosso alfabeto.

Não me lembro de ter visto algo tão forte e tocante, um cenário desolador e que provavelmente jamais será alterado, mesmo procurando as autoridades e demais responsáveis pela educação do município, Cabrini recebeu a mesma resposta, “Melhorias estão sendo providenciadas...”. Por fim, em um depoimento contundente, uma professora revelou caminhar todos os dias 15 quilômetros para lecionar em uma das escolas (Se é que podemos classificar como), e ao indagar o prefeito sobre uma possível ajuda para transporte recebeu a seguinte resposta: - Vá montado em um burro ou jegue”.

Mais uma vez escrevo algo óbvio, porém de absoluta veracidade e encerro com uma frase de Ariano Suassuna, grande escritor brasileiro.


“É muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos.


Link para a reportagem da TV Globo:

Vídeo da reportagem "Os filhos do coronel", do Conexão repórter.


Fonte das imagens:
http://2.bp.blogspot.com/-SmUTOLn2z24/Tf5GOnz4pCI/AAAAAAAAAuw/kcUKMwWe3ik/s400/charge+educa%25C3%25A7%25C3%25A3o.jpg
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