Realmente vivemos em um
mundo dominado pela tecnologia, tudo está atado a computadores, celulares e
meios de comunicações em geral, o que de certa forma é muito vantajoso,
principalmente para quem convive com as barreiras impostas pela distância
métrica.
A tecnologia também nos
trouxe alguns novos desafios, dentre os quais a comunicação direta e a
concentração, diferentemente de outrora, hoje executamos infinitas atividades
ao mesmo tempo e por vezes as executamos sem ao menos nos darmos conta do que realmente
estamos fazendo, é tudo muito “automático” e rotineiro.
Um dos maiores dilemas que
enfrento atualmente é de que maneira encarar a infância, é latente que com o passar dos anos a mesma foi
encurtando, e com os avanços tecnológicos é muito comum percebermos crianças de
9 anos que já não pertencem mais aos grupos que recebem a alcunha de “Crianças”,
o que de certa maneira me choca.
Os Power Rangers!
Fonte da imagem: http://imgdf-a.akamaihd.net/st/news/images/The-Rangers-mighty-morphin-power-rangers-23879058-1024-768.jpg
Pesquisando e lendo para
escrever mais este relato deparei-me com infinitas definições conceituais para
o termo infância, dentre as quais algumas sobre a origem da mesma, afinal, é
sabido que em tempos antigos, na verdade nem tão antigos, a infância não existia.
Segundo a maioria dos
autores que li, a infância surge no continente europeu entre os séculos XVI e
XVII, e advém da necessidade de preparação da sociedade para um futuro melhor e
mais próspero, pelo menos é o que pensavam os governantes europeus na época,
sendo assim, a partir dessa época as crianças deixariam de ser “Adultos-anões”
e passariam a frequentar um mundo mais condizente com a sua idade, e também
mais imaginativo e lúdico.
Bela invenção! Claro,
sabemos que a revolução industrial, no século XVIII, tinha como objetivo
utilizar crianças como mão de obra, porém, o pensamento de que “Temos que
libertar e dar espaços as crianças” surgiu, um tremendo avanço.
A
infância em um contexto atual.
A infância passa e passou
por diversas transformações, contudo, nos últimos anos vem se modificando rapidamente,
em uma velocidade que muitas vezes é incompreensível. Em 20 ou 30 anos atrás
uma menina de 13 ou 14 anos brincava de boneca, ou de casinha, há 10 anos uma
menina de 12 anos ainda brincava de correr e de cozinhar com suas amiguinhas e os
meninos de carrinho ou jogavam o velho e bom futebol nas ruas do bairro,
deixando no asfalto metades de dedos e de solas dos pés.
Saudades de tudo isso! Na
televisão, que possui má qualidade desde aquela época, podíamos ver uma intensa
programação dedicada às crianças, os desenhos animados e séries eram engraçados
e satirizavam situações corriqueiras, até as novelas eram interessantes, a
tecnologia era restrita e a televisão era o principal difusor de informações, o
que de certa forma melhorou com a chegada da internet.
Mas é evidente que a
internet também nos trouxe a “Morte”
da infância, nos dias atuais é comum vermos meninas menos de 10 anos de idade
com pensamentos fúteis e meninos da mesma idade com intensa preguiça de
aprimorar sua coordenação motora através de atividades, além de que, tudo hoje
em dia é associado a “Bullying”, tal
associação acaba por retrair ainda mais algumas crianças.
Goku
sempre salvou o planeta, mas sempre sofreu Bullying
Fonte da
imagem: http://1.bp.blogspot.com
A tecnologia hoje nos
permite estarmos próximos demais, porém nos afasta, assim como afastou as
crianças da ludicidade, ou seja, criatividade, as tornando meras escravas do
consumismo e das atividades comuns, estas que são sempre relacionadas ao
computador e aos celulares.
Por fim, temos hoje, em minha opinião, a “Morte”
da infância, se você tem mais de 18 anos talvez tenha vivido uma infância
recheada de coisas bacanas e construtivas, mesmo com problemas econômicos, do
contrário, é praticamente impossível não associar seus primeiros dez anos de
vida à tecnologia.
Pega-pega,
bons tempos de correria!
Fonte da imagem: http://michelborges.com.br/wp-content/uploads
Fonte da imagem: http://michelborges.com.br/wp-content/uploads
Tomara que um dia tenhamos
novamente a infância do “pé-na-bola”, “esconde-esconde”, “pega-pega” e do
futebol com os amigos, porque essa cibernética e estática me dá sono...
E a
gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança.
A gente brinca
Na nossa velha infância.
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança.
A gente brinca
Na nossa velha infância.
Olhe pra você agora
Quem é a criança que chora?
Quem é a criança que chora?
E a culpa é sua por
hoje eu ser assim
E a culpa é sua por eu não ter sido criança
E a culpa é sua por eu não ter tido infância.
E a culpa é sua por eu não ter sido criança
E a culpa é sua por eu não ter tido infância.
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