Segundo o dicionário Aurélio
(2014) podemos definir a palavra “despedida” das seguintes maneiras:
“s.f. Ação de
despedir. / Saudação no momento em que pessoas se separam. / Ato de mandar
embora, de dispensar um empregado.”
De fato sei bem o que significa despedida e já me
habituei a executá-las, afinal, como professor acabo conhecendo muitos
alunos anualmente, alguns mais
marcantes, interessados e amigos, é verdade, outros talvez fiquem apenas como
vaga lembrança.
O fato é que na Educação de
Jovens e Adultos tudo isso é “maior”, afinal, você lida com um público já
adulto e preparado para intensos desafios e para a aprendizagem, não que o
ensino dito “regular” não propicie, mas nós professores sabemos que a
experiência é única.
Neste ano recebi um desafio
diferente, este que se tratava em lecionar em um município distante do meu, mas
que por conveniência seria bom, pois estudo em um município mais distante
ainda. O trajeto Praia Grande e Sombrio foram feitos semanalmente por 4 meses,
e que maravilhosos meses!
No início de qualquer
disciplina o professor sempre tem um frio na barriga, afinal, não é fácil
lecionar para a adultos e ainda mais em local tão distante de sua realidade,
posso dizer que joguei fora de casa inicialmente! Mas com paciência as coisas
foram se encaixando e a “Viagem” que eu fazia, e que inicialmente era
configurada como um “Trabalho”, mais pareceu uma missão prazerosa.
Poucas vezes me importei
tanto com uma transição de turmas na EJA, afinal, sabe-se que o pouco tempo
impede de criarmos laços profundos com os alunos, mas admito que desta vez
fraquejei na despedida, e covardemente preferi evitá-la, talvez sendo um pouco
frio e calculista, mas desmanchando por dentro.
É muito interessante saber e
confiar que fiz parte de uma “História” que começou a ser construída lá em 2012
quando estes alunos decidiram retornar aos bancos escolares, e com pouca idade
já percebo realmente que o papel de um professor deve transcender aos métodos e
metodologias aplicadas em sala de aula, o professor deve ser multifacetário,
ter um humor incrível e acima de tudo,
conveniente e complacente, talvez até cúmplice, da aprendizagem, lógico.
A rigidez imposta por uma sociedade
que adota um modelo de escola do início do século XIX deve ser rechaçada,
afinal, não necessitamos mais sermos carrascos ou disciplinadores para obtermos
bons resultados, lá, na Turma 40, na empresa Italianinho em Sombrio eu tive a
certeza disso.
Que o gosto amargo da
despedida pertença somente ao professor Lucas Cechinel...
Você
diz foi bem fácil me esquecer
Que o laço nasceu para ser cortado,
Mas eu vou discordar.
Que o laço nasceu para ser cortado,
Mas eu vou discordar.
Memórias não somem
assim.
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