quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Obrigado, Everwood!/Foreverwood!

Foram oitenta e oito episódios de pura emoção até o derradeiro episódio Foreverwood, posso acrescentar que durante todos estes episódios por vezes chorei e me emocionei com as histórias escritas por Gregg Berlanti e vivenciadas pelo jovem Ephram Brown e por seu pai Andy Brown. Nesses últimos meses tive noites felizes e também repleta de lágrimas acompanhando esta série desenvolvida pela Warner e já encerrada desde o ano de 2006, o porquê foi encerrada, não sei, talvez sua complexidade a tenha afastado do grande público, mas com certeza ficará sempre marcada para aqueles que como eu ousaram assisti-la!


"O coração é uma coisa frágil. E é por isso que protegemos ele
vigorosamente, abrimos ele raramente, e é por isso que significa tanto quando resolvemos abrir.
Alguns corações são mais frágeis que outros, mais puros de alguma forma, como cristal em um mundo de vidro. Até o modo como se partem é bonito."

"Michelangelo disse que a melhor maneira de julgar os elementos essenciais de uma escultura é jogá-la de um morro, desta forma, as peças que não fossem importantes se quebrariam... Às vezes a vida é assim. Ela nos joga morro abaixo... Mas quando atingimos o fim e só restam às coisas mais importantes, é quando nossa visão clareia. É quando nos agarramos ao que conhecemos, enquanto a esperança se mexe dentro de nós. E tudo é uma questão de perspectiva!" 

Fonte: Boxseries.com

De maneira breve, relato que Everwood é um seriado que carrega o nome de uma cidade fictícia que recebe o desembarque de três novos moradores, estes, integrantes da família Brown, comandados por Andy, famoso neurocirurgião de Nova Iorque que busca na cidade uma “Segunda chance”, esta que se refere à aproximação de seus filhos, já que quando era cirurgião sua família pouco o via e seus laços familiares abalam-se de maneira brusca com o falecimento de sua esposa, o refúgio então é a pequena Everwood, localizada entre as montanhas do estado do Colorado, Estados Unidos.

Abertura da 1ª e 2ª temporada.

No decorrer da série Andy aprende muitas coisas no que se refere à convivência familiar, por vezes sua relação com Ephram, seu filho mais velho e genial pianista, é destaca, ora por ser plenamente positiva e agregadora ou por ser extremamente difícil e complicada. Entre as quatro temporadas é possível de se perceber que Ephram e Andy se aproximam, porém os destinos por vezes os tornam mortais inimigos por vezes perceberam diálogos profundos e inflamados, sendo bastante destacada a maturidade de Ephram ao lidar com questões que envolvem a morte de sua mãe.


" Não existe certeza quando se trata de sonhos.
Alguns se realizam, porém, outros tantos morrem.
Quando isso ocorre, é quando alguns se perguntam...
Para que continuar sonhando? "

"Somos ensinados a nos lembrar
apenas dos momentos significantes
os ritos de passagem.
Na verdade, os menores
passos que nos levam
para essas importantes ocasiões,
são tão importantes quanto elas próprias.
Quando olhamos pra trás,
não vemos apenas os bons momentos,
mas também os piores,
que também definem quem nós somos e quem nos tornaremos."


Por fim, destaco que Everwood não somente é uma série televisiva que nos propõe entretenimento, mas sim, busca nos levar a momentos de profundas reflexões. Ao vermos determinados episódios é facilmente possível nos imaginarmos como integrantes do seriado. Dilemas e dramas familiares são difíceis de serem retratados, mas Everwood quebra todos os paradigmas! A série consegue por vezes tratar de temas atuais com sutileza, sem apelações! Os diálogos da série possuem características muito peculiares, e a ironia e a personalidade bem tracejada dos personagens realmente é fascinante.

Abertura da 3ª e 4ª temporada.

Para quem acompanha/acompanhou/acompanhará a série, é facilmente perceptível que os principais personagens nem sempre serão de nossa preferência, pois existem coadjuvantes de luxo na série, e por vezes estes acabam roubando a cena com bons toques de humor.

Everwood não é somente um “Dramalhão”, como descabidas críticas apontam, também pode ser considerada uma série de humor, de cunho médico e até mesmo de entretenimento, mas como disse, sem elementos apelativos ou fantasiosos. O Google será um óbvio e constante recurso utilizado por qualquer telespectador, afinal, o neurocirurgião Andy Brown por vezes menciona termos técnicos ao atender seus pacientes em seu consultório, fato que quase me esqueci! Andy atende gratuitamente na cidade como médico familiar.

Elenco da 3ª temporada reunido, Fonte: Boxseries.com

O que levo de Everwood?

Comecei a acompanhar a série no ano de 2006, o SBT transmitia a série em um horário extremamente desconfortável, às quintas-feiras por volta das 2h da manhã, porém nunca deixei de acompanhá-la, mesmo assim o SBT acabou transmitindo somente até a terceira temporada da série, deixando fãs com um enorme hiato (O SBT nunca exibiu o restante dos episódios). No fim de 2013, com maior disponibilidade de tempo, e após uma conversa com uma amiga, decidi retomar a série, e acabei a “Recomeçando”, partindo desde o 1º episódio.


“Há certos marcos em nossas vidas, que nos dá oportunidade para refletir sobre onde estivemos e ver para onde estamos indo.”


Sem dúvidas nenhuma esta decisão foi uma das mais acertadas de minha vida, e por vezes posso mencionar que virei noites acompanhando a série, finalmente minha insônia encontrou um parceiro diferente de livros ou lápis e cadernos! Everwood me trouxe a oportunidade ser “Mais humano”, talvez menos metódico e mais “Amigo”, também compreendi o real valor de uma família, não que não compreendesse antes, mas agora sei que um tesouro não se resume a milhares ou milhões de reais, mas sim a uma estruturada e unida família. Andy Brown me ensinou como é complicado chefiar uma família, talvez graças a ele eu compreenda o porquê da perda dos cabelos do meu pai! 

“O homem, em sua essência, busca a felicidade e às vezes faz longas jornadas até os lugares em que acredita que irá encontrá-la, mas algumas vezes acaba descobrindo, que na verdade a felicidade não está longe delas e que apenas precisava olhar dentro de si mesma e ao seu redor para encontrá-la.”

Ehpram me ensinou que ser catedrático demais pode ser ruim, apesar de essencial em determinadas horas, me mostrou também que sempre podemos aprimorar habilidades com treinos árduos e disciplina. Talvez aos 60, 70 ou quem sabe 90 eu conte como foi assistir Everwood aos meus netos, só precisarei da paciência deles, pois o que vi/aprendi na série jamais esquecerei!

Por fim, só tenho a agradecer a Gregg Berlanti por escrever tamanha odisseia, e por me ensinar a ser um ser humano mais compreensivo.

Adeus Everwood, até o dia que nós nos encontraremos novamente! Foreverwood!

Não preciso dizer que o tema de abertura de Everwood é de arrepiar, né! Abaixo a música completa.


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