Foram oitenta e oito
episódios de pura emoção até o derradeiro episódio “Foreverwood”, posso acrescentar que durante todos estes episódios
por vezes chorei e me emocionei com as histórias escritas por Gregg Berlanti e
vivenciadas pelo jovem Ephram Brown e por seu pai Andy Brown. Nesses últimos
meses tive noites felizes e também repleta de lágrimas acompanhando esta série
desenvolvida pela Warner e já encerrada desde o ano de 2006, o porquê foi
encerrada, não sei, talvez sua complexidade a tenha afastado do grande público,
mas com certeza ficará sempre marcada para aqueles que como eu ousaram
assisti-la!
"O coração é uma coisa frágil. E é por isso que protegemos ele
vigorosamente, abrimos ele raramente, e é por isso que significa tanto quando resolvemos abrir.
Alguns corações são mais frágeis que outros, mais puros de alguma forma, como cristal em um mundo de vidro. Até o modo como se partem é bonito."
"Michelangelo
disse que a melhor maneira de julgar os elementos essenciais de uma escultura é
jogá-la de um morro, desta forma, as peças que não fossem importantes se quebrariam...
Às vezes a vida é assim. Ela nos joga morro abaixo... Mas quando atingimos o
fim e só restam às coisas mais importantes, é quando nossa visão clareia. É
quando nos agarramos ao que conhecemos, enquanto a esperança se mexe dentro de
nós. E tudo é uma questão de perspectiva!"
Fonte: Boxseries.com
De maneira breve, relato que
Everwood é um seriado que carrega o nome de uma cidade fictícia que recebe o desembarque
de três novos moradores, estes, integrantes da família Brown, comandados por
Andy, famoso neurocirurgião de Nova Iorque que busca na cidade uma “Segunda
chance”, esta que se refere à aproximação de seus filhos, já que quando era
cirurgião sua família pouco o via e seus laços familiares abalam-se de maneira
brusca com o falecimento de sua esposa, o refúgio então é a pequena Everwood,
localizada entre as montanhas do estado do Colorado, Estados Unidos.
Abertura da 1ª e 2ª temporada.
No decorrer da série Andy
aprende muitas coisas no que se refere à convivência familiar, por vezes sua
relação com Ephram, seu filho mais velho e genial pianista, é destaca, ora por
ser plenamente positiva e agregadora ou por ser extremamente difícil e
complicada. Entre as quatro temporadas é possível de se perceber que Ephram e
Andy se aproximam, porém os destinos por vezes os tornam mortais inimigos por
vezes perceberam diálogos profundos e inflamados, sendo bastante destacada a
maturidade de Ephram ao lidar com questões que envolvem a morte de sua mãe.
" Não
existe certeza quando se trata de sonhos.
Alguns se realizam,
porém, outros tantos morrem.
Quando isso
ocorre, é quando alguns se perguntam...
Para que
continuar sonhando? "
"Somos
ensinados a nos lembrar
apenas dos
momentos significantes
os ritos de
passagem.
Na verdade, os menores
passos que nos
levam
para essas
importantes ocasiões,
são tão
importantes quanto elas próprias.
Quando olhamos
pra trás,
não vemos apenas
os bons momentos,
mas também os
piores,
que também definem quem nós somos e quem nos tornaremos."
que também definem quem nós somos e quem nos tornaremos."
Por fim, destaco que Everwood não somente é uma série televisiva
que nos propõe entretenimento, mas sim, busca nos levar a momentos de profundas
reflexões. Ao vermos determinados episódios é facilmente possível nos imaginarmos
como integrantes do seriado. Dilemas e dramas familiares são difíceis de serem
retratados, mas Everwood quebra todos
os paradigmas! A série consegue por vezes tratar de temas atuais com sutileza,
sem apelações! Os diálogos da série possuem características muito peculiares, e
a ironia e a personalidade bem tracejada dos personagens realmente é
fascinante.
Abertura da 3ª e 4ª temporada.
Para quem
acompanha/acompanhou/acompanhará a série, é facilmente perceptível que os
principais personagens nem sempre serão de nossa preferência, pois existem
coadjuvantes de luxo na série, e por vezes estes acabam roubando a cena com
bons toques de humor.
Everwood não
é somente um “Dramalhão”, como descabidas críticas apontam, também pode ser
considerada uma série de humor, de cunho médico e até mesmo de entretenimento,
mas como disse, sem elementos apelativos ou fantasiosos. O Google será um óbvio
e constante recurso utilizado por qualquer telespectador, afinal, o
neurocirurgião Andy Brown por vezes menciona termos técnicos ao atender seus
pacientes em seu consultório, fato que quase me esqueci! Andy atende gratuitamente
na cidade como médico familiar.
Elenco da 3ª temporada reunido, Fonte: Boxseries.com
O
que levo de Everwood?
Comecei a acompanhar a série
no ano de 2006, o SBT transmitia a série em um horário extremamente
desconfortável, às quintas-feiras por volta das 2h da manhã, porém nunca deixei
de acompanhá-la, mesmo assim o SBT acabou transmitindo somente até a terceira
temporada da série, deixando fãs com um enorme hiato (O SBT nunca exibiu o
restante dos episódios). No fim de 2013, com maior disponibilidade de tempo, e
após uma conversa com uma amiga, decidi retomar a série, e acabei a “Recomeçando”,
partindo desde o 1º episódio.
“Há certos marcos em nossas vidas, que nos dá oportunidade para
refletir sobre onde estivemos e ver para onde estamos indo.”
Sem dúvidas nenhuma esta
decisão foi uma das mais acertadas de minha vida, e por vezes posso mencionar
que virei noites acompanhando a série, finalmente minha insônia encontrou um
parceiro diferente de livros ou lápis e cadernos! Everwood me trouxe a oportunidade ser “Mais humano”, talvez menos
metódico e mais “Amigo”, também compreendi o real valor de uma família, não que
não compreendesse antes, mas agora sei que um tesouro não se resume a milhares
ou milhões de reais, mas sim a uma estruturada e unida família. Andy Brown me
ensinou como é complicado chefiar uma família, talvez graças a ele eu compreenda
o porquê da perda dos cabelos do meu pai!
“O homem, em sua essência, busca a felicidade e às vezes faz
longas jornadas até os lugares em que acredita que irá encontrá-la, mas algumas
vezes acaba descobrindo, que na verdade a felicidade não está longe delas e que
apenas precisava olhar dentro de si mesma e ao seu redor para encontrá-la.”
Ehpram me ensinou que ser catedrático
demais pode ser ruim, apesar de essencial em determinadas horas, me mostrou
também que sempre podemos aprimorar habilidades com treinos árduos e
disciplina. Talvez aos 60, 70 ou quem sabe 90 eu conte como foi assistir Everwood aos meus netos, só precisarei
da paciência deles, pois o que vi/aprendi na série jamais esquecerei!
Por fim, só tenho a agradecer
a Gregg Berlanti por escrever tamanha odisseia, e por me ensinar a ser um ser
humano mais compreensivo.
Adeus Everwood, até o dia que nós nos encontraremos novamente! Foreverwood!
Não preciso dizer que o tema de abertura de Everwood é de arrepiar, né! Abaixo a música completa.
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