quinta-feira, 31 de outubro de 2013

O fim da infância/O fim do sonho de um visconde

Realmente vivemos em um mundo dominado pela tecnologia, tudo está atado a computadores, celulares e meios de comunicações em geral, o que de certa forma é muito vantajoso, principalmente para quem convive com as barreiras impostas pela distância métrica.

A tecnologia também nos trouxe alguns novos desafios, dentre os quais a comunicação direta e a concentração, diferentemente de outrora, hoje executamos infinitas atividades ao mesmo tempo e por vezes as executamos sem ao menos nos darmos conta do que realmente estamos fazendo, é tudo muito “automático” e rotineiro.

Um dos maiores dilemas que enfrento atualmente é de que maneira encarar a infância, é latente que com o passar dos anos a mesma foi encurtando, e com os avanços tecnológicos é muito comum percebermos crianças de 9 anos que já não pertencem mais aos grupos que recebem a alcunha de “Crianças”, o que de certa maneira me choca.

Os Power Rangers!
Fonte da imagem: http://imgdf-a.akamaihd.net/st/news/images/The-Rangers-mighty-morphin-power-rangers-23879058-1024-768.jpg

Pesquisando e lendo para escrever mais este relato deparei-me com infinitas definições conceituais para o termo infância, dentre as quais algumas sobre a origem da mesma, afinal, é sabido que em tempos antigos, na verdade nem tão antigos, a infância não existia.

Segundo a maioria dos autores que li, a infância surge no continente europeu entre os séculos XVI e XVII, e advém da necessidade de preparação da sociedade para um futuro melhor e mais próspero, pelo menos é o que pensavam os governantes europeus na época, sendo assim, a partir dessa época as crianças deixariam de ser “Adultos-anões” e passariam a frequentar um mundo mais condizente com a sua idade, e também mais imaginativo e lúdico.

Bela invenção! Claro, sabemos que a revolução industrial, no século XVIII, tinha como objetivo utilizar crianças como mão de obra, porém, o pensamento de que “Temos que libertar e dar espaços as crianças” surgiu, um tremendo avanço.

A infância em um contexto atual.

A infância passa e passou por diversas transformações, contudo, nos últimos anos vem se modificando rapidamente, em uma velocidade que muitas vezes é incompreensível. Em 20 ou 30 anos atrás uma menina de 13 ou 14 anos brincava de boneca, ou de casinha, há 10 anos uma menina de 12 anos ainda brincava de correr e de cozinhar com suas amiguinhas e os meninos de carrinho ou jogavam o velho e bom futebol nas ruas do bairro, deixando no asfalto metades de dedos e de solas dos pés.

Saudades de tudo isso! Na televisão, que possui má qualidade desde aquela época, podíamos ver uma intensa programação dedicada às crianças, os desenhos animados e séries eram engraçados e satirizavam situações corriqueiras, até as novelas eram interessantes, a tecnologia era restrita e a televisão era o principal difusor de informações, o que de certa forma melhorou com a chegada da internet.

Mas é evidente que a internet também nos trouxe a “Morte” da infância, nos dias atuais é comum vermos meninas menos de 10 anos de idade com pensamentos fúteis e meninos da mesma idade com intensa preguiça de aprimorar sua coordenação motora através de atividades, além de que, tudo hoje em dia é associado a “Bullying”, tal associação acaba por retrair ainda mais algumas crianças.

Goku sempre salvou o planeta, mas sempre sofreu Bullying
Fonte da imagem: http://1.bp.blogspot.com

A tecnologia hoje nos permite estarmos próximos demais, porém nos afasta, assim como afastou as crianças da ludicidade, ou seja, criatividade, as tornando meras escravas do consumismo e das atividades comuns, estas que são sempre relacionadas ao computador e aos celulares.

 Por fim, temos hoje, em minha opinião, a “Morte” da infância, se você tem mais de 18 anos talvez tenha vivido uma infância recheada de coisas bacanas e construtivas, mesmo com problemas econômicos, do contrário, é praticamente impossível não associar seus primeiros dez anos de vida à tecnologia.
Pega-pega, bons tempos de correria!
Fonte da imagem: http://michelborges.com.br/wp-content/uploads

Tomara que um dia tenhamos novamente a infância do “pé-na-bola”, “esconde-esconde”, “pega-pega” e do futebol com os amigos, porque essa cibernética e estática me dá sono...

E a gente canta
E a gente dança
E a gente não se cansa
De ser criança.
A gente brinca
Na nossa velha infância.



Olhe pra você agora
Quem é a criança que chora?
E a culpa é sua por hoje eu ser assim
E a culpa é sua por eu não ter sido criança
E a culpa é sua por eu não ter tido infância.


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