domingo, 23 de março de 2014

Não existe amor pela leitura, não hoje, nem agora!

Atualmente a leitura tem se afastado muito dos jovens, é perceptível que vivemos em uma sociedade mais moderna e com informações mais alinhadas e por vezes mais acessíveis, afinal, com poucos cliques podemos descobrir tudo sobre determinado tema, e os velhos livros já não são mais tão úteis e parecem ser somente adornos em estantes já empoeiradas.

A poesia morreu, e o interesse pela mesma também! Os livros clássicos da literatura brasileira só são explorados por vestibulandos que visam atingir suas aprovações, sabe-se que poucos se importam com as obras de José de Alencar ou Jorge Amado.


"O homem que não lê não tem mais mérito que o homem que não sabe ler." 
Mark Twain.

Os livros técnicos ou didáticos também são pouco explorados, escolas visam estimular a leitura, mas parecem caminhar em caminhos opostos ao gosto refinado do jovem dos dias atuais. Leituras superficiais e pouco densas são recomendadas aos jovens que leem muito, mas leem o que não é interessante ou informativo.


Uma imensa chuva de best Sellers invadiu a literatura e conquistaram vários jovens, porém, vemos que são obras vagas e distantes da realidade, primordialmente de nossa realidade, volto a repetir, os clássicos morreram, e o Brasil vemos as leituras efetivas sendo aquelas importadas e que possuem clichês em seu eixo central; Vampiros, zumbis, lobo e demais elementos folclóricos. Concluo que a leitura existente é incipiente ou emburrecedora, com diálogos vagos e vocabulário limitado.

Reptos interpretativos

Presenciamos também imensos problemas na educação, estes que não somente são relacionados às estruturas precárias oferecidas pelo governo ou pelos míseros salários pagos pelo mesmo, mas também pela dificuldade do jovem em se desprender das amarras existentes em uma sociedade onomatopaica e pobre culturalmente.

Como citei; livros não são mais tratados como ferramentas de difusão de conhecimento, mas sim como objetos obsoletos que somente trazem parcela de uma discussão. Nada é tão interessante nos dias atuais como o feed de uma rede social, por que perder tempo lendo algo que nem precisamos saber? Afinal, quando for necessário é só recorrer ao buscador cibernético mais próximo!

"Ler não é decifrar, escrever não é copiar."
Emília Ferreiro.

Atualmente ao lecionar tento utilizar ao máximo uma linguagem coloquial e utilizar termos que enriqueçam o vocabulário de meus alunos, e diante de tal atitude percebo a falta que a leitura faz para a maioria dos jovens, que por vezes fazem questionamentos que são encabeçados por dúvidas básicas.


"Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar."
Rubem Alves.

Como se pode escrever algo concreto, coeso e inteligível sem leitura e prática?
Avaliações e práticas escolares densas que exijam leituras extensas e produções próprias se tornam difíceis para qualquer um que pouco pratica a escrita ou que pouco lê, e este se configura como o maior problema de nossos alunos, que por vezes parecem perder a paciência ao lerem textos extensos e com uma linguagem mais rebuscada.

Na disciplina de Geografia o cenário não é distinto! Professores lidam o curso inteiro com autores de escrita complexa e densa, como: Ab’Saber, Milton Santos e Roberto Lobato, e depois aplicam suas diretrizes em sala, fica difícil agir e lecionar diante de um público com tamanha dificuldade em interpretar o básico, quanto mais o técnico.

“Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.”
Paulo Freire

Espero nunca precisar transformar aulas em “Churrascos de fim de semana”, com gírias infinitas e expressões pobres para conseguir contextualizar um conteúdo, só espero!


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